Resumo do Livro: Minimalismo Digital – Cal Newport

Minimalismo Digital – Para uma vida profunda em um mundo superficial 

 

Sinopse: Minimalistas digitais estão ao nosso redor. São pessoas tranquilas e felizes, que estendem longas conversas sem olhares furtivos para seus smartphones. Eles se perdem em um bom livro ou em uma corrida matinal sem pressa. Se informam sobre as notícias do dia, mas não se sentem oprimidos por elas. Não experimentam um “medo de perder alguma coisa”, porque já sabem quais atividades concedem significado à suas vidas e lhes satisfazem.

Cal Newport mostra como os minimalistas digitais têm repensado sua relação com as mídias sociais, redescobrindo os prazeres do mundo offline e se reconectando a sua essência através de períodos regulares de solidão. Por fim, ele compartilha estratégias para integrar essas práticas em sua vida, iniciando com um processo de “faxina digital” de 30 dias que já ajudou milhares de pessoas a se sentirem menos sobrecarregadas e com maior controle de suas vidas.

 

Resumo Inicial

A internet tem o poder de ajudar a vida das pessoas. Entretanto, esse relacionamento tem se tornado exaustivo, pois as milhares de notificações prendem a atenção e manipulam o humor das pessoas. Estas, acabam cultivando um comportamento de vício. O que deveria ser algo saudável acabou se tornando conversas ininterruptas entre dois amigos sentados a um metro de distância. O autor revela uma estratégia para mudar esse cenário.

O minimalismo é a arte de saber o quanto é suficiente. O minimalismo digital aplica essa ideia ao nosso uso da tecnologia. Ele é o segredo para vivermos uma vida focada em um mundo cada vez mais caótico. Em outras palavras, essa estratégia ensina a usarmos a parte boa da tecnologia sem deixar que a parte ruim nos afete. Afinal, a tecnologia não é inteiramente boa nem ruim. O segredo é usá-la para viabilizar seus objetivos e valores, em vez de deixá-la usar você.

 

Sobre o autor 

Calvin Newport é um professor de ciência da computação na Universidade de Georgetown, que estuda a teoria de sistemas distribuídos. É autor de seis livros, incluindo mais recentemente o best-seller: “Minimalismo Digital – Para Uma Vida Profunda Em Um Mundo Superficial”. Seu livro foi publicado em mais de 20 idiomas e ajuda muitas pessoas a usar a tecnologia sem permitir que ela controle suas vidas.

 

O vício da tecnologia

O relacionamento das pessoas com a tecnologia é complicado porque mistura prejuízos com benefícios. O fato é que as pessoas estão cansadas de se sentirem escravas de seus dispositivos digitais. Muitas dicas para alterar esse cenário baseiam-se em fazer uma separação de 24 horas, ou manter seu telefone separado da cama a noite, ou desligar as notificações. Essas estratégias são interessantes pois não é necessário se desfazer do celular para evitar as inconveniências.

O livro revela que, embora sejam teoricamente viáveis, essas estratégias não funcionam a longo prazo. Para o autor do livro minimalismo digital, é necessário adotar uma filosofia de uso da tecnologia, baseada nos valores de quais aplicativos você deve usar, como deve usá-los, a fim de ignorar o resto. Essa filosofia é chamada de minimalismo digital, e aplica a crença de que menos é mais em nosso relacionamento com as ferramentas digitais.

 

O alicerce por trás do minimalismo digital

É certo que novas tecnologias como as redes sociais e smartphones mudaram como vivemos. Geralmente, um usuário moderno gasta duas horas diárias em redes sociais e aplicativos de mensagem. Ainda, ele checa o dispositivo 85 vezes em um dia. O autor expõe que estamos perdendo o controle do uso da tecnologia, assim como nossa autonomia.

O fato é que as pessoas não ficam vidradas nas telas porque são preguiçosas, mas porque isso se tornou inevitável. Os criadores de cada dispositivo e aplicativo visam torná-los viciantes. O objetivo é justamente fazer com que o usuário interaja com o dispositivo de formas particulares e por longos períodos de tempo.

Se queremos atenuar os efeitos prejudiciais dos dispositivos, precisamos entender como eles influenciam nossos pensamentos e comportamentos, mais especificamente, devemos entender o vício que eles causam.

Vício é uma condição em que uma pessoa usa uma substância cujos efeitos providenciam incentivos para repetir o comportamento em detrimento das consequências. Obviamente, a tecnologia causa um vício moderado se comparado à dependência das drogas. Entretanto, esse vício não deixa de ser prejudicial ao nosso bem-estar.

Os dispositivos possuem ingredientes que “pescam” nosso cérebro e cultivam um uso não saudável, conhecidos como reforço positivo intermitente e busca por aprovação social. Por exemplo: pensando em uma rede social, pessoas postam fotos e vídeos em busca de curtidas. Esse feedback digital faz com que elas continuamente chequem seus smartphones para ver as quantidades de curtidas e comentários.

Ainda, as pessoas não conseguem ignorar o que os outros estão pensando delas. Se várias curtidas foram dadas, tem-se a aprovação desejada. Entretanto, a ausência desse feedback positivo causa angústia, e isso não pode ser subestimado. A necessidade de responder imediatamente a uma mensagem ou a um comentário faz com que pessoas se coloquem em situações de risco, como dirigir e mexer no celular ao mesmo tempo.

 

Minimalismo digital

O minimalismo digital é uma filosofia de tecnologia na qual você foca seu tempo online em poucas coisas cuidadosamente selecionadas e otimiza suas atividades com coisas que você valoriza. Ainda, deve sentir-se feliz em descartar o resto.

Os minimalistas digitais transformam as inovações de uma fonte de distração em ferramentas que suportam um bom estilo de vida. As pessoas recuperam o controle de suas vidas. Há várias formas de viver sob o minimalismo digital, e cada pessoa adequa essa estratégia às suas necessidades. É uma filosofia bem flexível, o que aumenta suas chances de sucesso.

São três os princípios do minimalismo digital:

– A desordem custa caro: gastar o tempo com muitos aplicativos e dispositivos cria um custo negativo comparado ao que estes itens proporcionam individualmente. O autor explica que somos seduzidos pela quantidade de pequenos benefícios que um aplicativo oferece, mas esquecemos do mais importante recurso que possuímos, os minutos de nossa vida.

– Otimização é importante: é importante pensar cuidadosamente como a tecnologia será usada, e não apenas quais delas serão usadas. Poucas pessoas investem energia nesse tipo de otimização. Um exemplo é remover as redes sociais do smartphone, e usá-las apenas no navegador do computador.

– Intencionalidade é satisfatório: ter uma intenção específica em como se envolver com as novas tecnologias traz satisfação. Você deve sempre se questionar se aquele aplicativo será útil ou prejudicial. Sempre priorize a intenção no lugar da conveniência.

Atualmente, na era digital, o maximalismo dominou, e crê-se que mais é melhor, ou seja, mais conexões, mais informações, mais opções. Entretanto, o livro revela que quando se fala de novas tecnologias, menos sempre é mais.

 

A organização digital

A fim de transformar seu estilo de vida, o autor de minimalismo digital recomenda uma transformação que ocorre em um curto período de tempo, chamada organização digital. O processo consiste em parar de usar tecnologias opcionais em sua vida por trinta dias. Durante esse período, você explorará e descobrirá atividades e comportamentos os quais você acha satisfatórios.

Por fim, após os trinta dias, você reintroduzirá essas tecnologias conscientemente, determinando quais são de fato úteis em sua vida e como você pode usá-las para maximizar seus valores. Em outras palavras, você restabelecerá sua vida digital, limpando as ferramentas que distraem e viciam, e substituindo-as por um conjunto de comportamentos otimizados. Os três passos para realizar isso são:

– Passo 1: Defina suas regras de tecnologia, ou seja, quais delas podem ser consideradas opcionais para você. As novas tecnologias aqui incluem aplicativos, websites, plataformas de streaming de vídeos como Netflix, video games, etc. Uma tecnologia pode ser considerada opcional a menos que sua remoção temporária cause danos significativos na sua vida profissional e pessoal. Escreva sua lista e coloque em um lugar onde você lerá todos os dias.

– Passo 2: Tire um intervalo de 30 dias. Siga as regras que você estabeleceu no passo anterior por um mês. É possível que você sinta desconforto e angústia, mas esses sentimentos desaparecerão em uma ou duas semanas. Os primeiros dias serão os mais difíceis, mas depois tudo melhorará. Essa experiência é importante para que você faça decisões inteligentes ao reintroduzir essas tecnologias em sua vida.

O objetivo não é fazer apenas um detox de tecnologia, mas causar uma transformação permanente em sua vida digital. Gaste esse período pensando no que é importante para você e no que gosta de fazer na vida real. Descubra novos tipos de atividade que trazem satisfação real.

– Passo 3: Reintroduza tecnologias. Após os trinta dias da organização digital, reintroduza as tecnologias que você percebeu que são essenciais para você. Não cometa o erro de reintroduzir todas elas, mas apenas aquelas que passaram pelos seus padrões minimalistas.

Antes de voltar a usá-las, pergunte-se: “Essa tecnologia suporta algo que eu valorizo profundamente?”. Se a resposta for sim, pergunte-se: “Essa tecnologia é a melhor maneira de suportar esse valor?”. Por fim, pense como você a usará a fim de maximizar seu valor e minimizar seus danos.

Uma tecnologia, para ser minimalista, precisa servir para algo de profundo valor, deve ser a melhor forma de servir esse valor, e ter um procedimento padrão de uso que especifica quando e como usá-la.

 

Práticas essenciais do minimalismo digital

O autor explica algumas práticas essenciais para ter sucesso em sua organização digital.

 

Passe um tempo sozinho

Todos nós recebemos benefícios ao passarmos algum tempo sozinhos. A solidão permite que identifiquemos o que está se passando em nosso cérebro. É um estado no qual sua mente não recebe interferência de outras mentes. Você pode passar um tempo sozinho rodeado de pessoas em um metrô, em uma cafeteria, ou na sua própria casa.

A solidão é importante para a felicidade e para a produtividade. Ela possibilita uma mente criativa. Geralmente as novas tecnologias criam uma cultura que nos impede de ficarmos sozinhos com nosso pensamento. Por exemplo, se estamos na fila do banco, no consultório médico, ou em qualquer lugar de espera, automaticamente pegamos o celular para passar o tempo. Na nossa nova vida digital, usaremos esses momentos para analisarmos nossos pensamentos.

Ao evitar a solidão, você perde as coisas boas que ela traz junto: a habilidade de clarear problemas difíceis, de regular suas emoções, de fortalecer relacionamentos, etc. Portanto, uma boa prática para ter um tempo com seus próprios pensamentos é deixar seu telefone em casa em certos momentos do dia.

Se você precisa de GPS, experimente estudar os mapas e rotas antes. Se, por acaso, for impossível deixá-lo em casa, leve com você mas considere guardá-lo no porta-luvas do carro. Assim, se houver alguma emergência, você pode usá-lo normalmente.

O autor sugere que você dê longas caminhadas quando possível pois, ao caminhar – sem seu celular – você terá tempo para colocar em ordem seus pensamentos, para se reconectar com a natureza e para refletir sobre você mesmo, seus problemas e seus sonhos.

Escreva cartas para si mesmo quando precisar tomar uma decisão complicada, ou quando surgir uma inspiração ou emoção diferente. Escrever cartas ajuda a organizar os pensamentos.

 

Não clique em curtir

Estudos revelam que as redes sociais causam isolamento e pioram nossa saúde física. Teoricamente, as redes sociais devem servir para nos conectar com outras pessoas e nos alegrar. Entretanto, quando deixamos de aproveitar a presença de alguém para ficar apenas surfando nas redes sociais, ela está nos isolando e nos deixando infelizes.

Quando gastamos muitas horas clicando, curtindo, deslizando pelo feed de notícias, sobra pouco tempo para interagir pessoalmente com outras pessoas. Você pode pensar que leva pouco tempo para curtir uma foto, mas o fato é que perdemos a noção do tempo quando usamos as redes sociais. Sem contar as infinitas notificações que aparecem após interagirmos nelas.

Ao clicarmos no botão “curtir”, estamos indicando nossa aprovação com relação à situação. Em vez de clicar curtir a foto do novo bebê que nasceu da sua amiga, combine de visitá-la. Pare de fazer comentários nas fotos, mas elogie seu amigo ou amiga pessoalmente.

Prefira a conversação no lugar da conexão. A primeira define um encontro no mundo real com seres humanos. A segunda não passa de uma interação digital de baixo valor. Qualquer conversa por e-mail, mensagens, ou redes sociais não pode ser considerada conversação. É necessário que esta seja realizada face a face.

 

Coloque seu telefone no modo de Não Perturbe

Esse modo de “Não Perturbe” desabilita as notificações dos aplicativos e das mensagens. É possível separar uma lista de pessoas que não entrarão nesse modo em casos de emergências. Essa técnica permite que você esteja mais concentrado na sua tarefa. Além disso, ela melhora a natureza dos seus relacionamentos.

Esteja menos disponível para mensagens escritas. Responda apenas quando for extremamente necessário. Sempre que possível, prefira as conversas reais.

 

Estabeleça horários para conversar pessoalmente

Quando estiver trabalhando e pessoas te mandarem mensagem, explique que você estará disponível após as 17:30h, ou as 18:00h. Peça para ela te ligar ou te encontrar em algum lugar para vocês conversarem pessoalmente.

 

Recupere o lazer saudável

Descubra lazeres de qualidade para realizar longe do seu celular. Se você gosta de tocar algum instrumento, o faça mais vezes nos seus intervalos. A dica do autor é que esses lazeres devem ser estabelecidos durante seus 30 dias de organização digital. Eles acabarão se tornando um hábito.

Você perceberá, depois desses 30 dias, que o que parecia essencial tornou-se frívolo. Faça atividades físicas, pratique um esporte, leia livros, caminhe, saia com seus amigos, enfim, busque coisas na vida real que te satisfaçam e te deixem feliz.

O autor dá a dica de construir algo novo ou consertar algo toda semana. Você economizará dinheiro e ainda encontrará algo divertido para fazer. Alguns exemplos são: trocar o óleo do seu carro, aprender alguma técnica instrumental, montar um jardim, etc.

Agende seus lazeres de baixa utilidade. Se você não consegue ficar sem mexer nas redes sociais, estabeleça poucos horários do dia para checá-las. Se é viciado em Netflix, estabeleça a quantidade de filmes e seriados que você assistirá por semana. A estratégia aqui não é abandonar suas atividades “inúteis”, mas controlar o cérebro para dominá-las.

Entre em grupos de voluntariados, de saúde, de Crossfit, da sua igreja, um comitê, ou qualquer atividade que estabeleça conexões reais com os cidadãos da sua comunidade.

 

Delete as redes sociais do seu smartphone

Ao dificultar o acesso às redes sociais, você evita usar seu tempo de tédio com seu celular, mas o aproveita para você mesmo. Caso ainda queira usar as redes sociais, torne-as produtivas. Pare de seguir pessoas que não acrescentam nada à sua vida. Mantenha apenas amigos próximos e familiares.

 

Troque seu smartphone por um celular mais simples

Um celular mais simples não terá tantos atrativos que um smartphone possui. Use-o para as atividades essenciais como despertador, ligações e mensagens. Isso não quer dizer que você precisa se desfazer do seu smartphone, mas poderá tirar longos intervalos sem ele.

 

Resumo Final

Libertar-se do seu telefone é o passo mais importante para conseguir viver de maneira minimalista. Você não precisa se desfazer dele, apenas aprenda a usar as ferramentas que agregam valor, evitando as que não trazem benefícios. A chave para o sucesso é aceitar que essa estratégia não se baseia na tecnologia em si, mas na qualidade de vida. O minimalismo digital não é um conjunto de regras, mas é o cultivo de uma vida saudável e com propósito.

 

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