Peter Drucker – Vida, Frases e Livros
Existe uma Administração de Empresas antes e depois de Peter Ferdinand Drucker.
Ele foi a fonte de inspiração para Bill Gates e Andrew Grove (Intel). Responsável, segundo consta, por revolucionar a GM. E até mesmo, como reza a lenda, uma espécie de “mentor espiritual” de Henry Ford.
Foi um dos primeiros a falar sobre participação de funcionários no lucro das empresas, descentralização do comando, a importância de colocar o cliente quase como num “pedestal”, entre outras contribuições dadas ao longo de 6 décadas de desmistificação do que seria gerir um negócio.
Na opinião dos seus admiradores, tanto a vida como as teorias de Peter Drucker refletem um gênio futurista capaz de enxegar antes, bem antes de qualquer outro. E todo aquele que quisesse “sair na frente” teria que, necessariamente, beber dessa fonte quase inesgotável de sabedoria empresarial.
Drucker era categórico: Se quiser ter sucesso, gaste a maior parte do seu tempo antecipando oportunidades, em vez de eventuais problemas. E tenha sempre em mente que o cliente e os funcionários podem ser até mais importantes do que você para o funcionamento da empresa.
E mais: escolha sempre os melhores para trabalhar com você, interligue várias disciplinas do universo do empreendedorismo e mantenha-se sempre atento a tudo o que não é dito e não está aparente.
Entre outros “mandamentos” tidos como espécies de “mantras” do universo do empreendedorismo a partir do final do séc. XX.
Mas quem foi Peter Drucker?
Uma biografia que se preze do mago Peter Drucker deverá, necessariamente, chamar a atenção para o fato de ele ter nascido em um ambiente que poderíamos chamar de empreendedorista por natureza.
Era a Áustria de 1909, e o seu pai, Adolph Drucker, já gozava de imenso prestígio na sociedade vienense por ser o Ministro da Economia.
Mas também por fazer da sua casa um verdadeiro “ponto de parada” para empresários, políticos, jornalistas, e um sem número de homens de negócios que enchiam o ambiente com pensamentos voltados exclusivamente para o mundo prático e pragmático da ação.
O começo de tudo
A saga do jovem Peter Drucker começa com a sua graduação em Direito Público em Frankfurt, Alemanha.
Mais tarde, o seu destino seria a cidade de Londres, onde trabalhou por muito tempo como jornalista, até que, no ano de 1937, acabou indo para o lugar certo, os Estados Unidos, como correspondente do prestigiado Financial Times – Era o começo da construção de um legado que ajudaria a fundar os alicerces da moderna gestão de empresas.
Em 1939 surge, enfim, o seu primeiro livro, “The End of Economic Man: The Origins of Totalitarianism, no qual Drucker trata de algo que sempre foi alvo da sua maior repugnância: o autoritarismo e a centralização.
E para se ter uma ideia da força dessa obra inicial do gênio, consta que até mesmo Winston Churchill teve que render-se às suas ideias, como uma das mais curiosas singularidades da sua trajetória de “guru” do empreendedorismo mundial.
Peter Drucker: Gestão e visão empresarial
O início dos anos 70 marca uma espécie de apogeu da sua influência no universo empresarial.
Nessa época ele já era professor da Claremont Graduate University, na Califórnia; e foram quase 3 décadas como o principal responsável pelo Departamento de Ciências Sociais e Administração da instituição.
E tal foi o êxito da sua contribuição durante esse período, que até mesmo a sua casa tornou-se (como aliás era uma tradição de família) um “ponto de parada” para empresários, políticos e representantes da elite econômica.
E também para quem quer que desejasse absorver aquelas teorias que não se pareciam com nada do que até então se falava no centro das discussões sobre gestão de empresas.
“Fazer as coisas certas é mais importante do que fazer as coisas direito”
Hoje os livros e frases de Peter Drucker circulam como guias essenciais nesse segmento da Administração.
São cerca de 39 obras escritas ao longo de quase 7 décadas, repletas de conceitos de vanguarda, como a ligação visceral entre liberalismo e a necessidade de privatizações, a importância de uma eficiente “gestão de objetivos” e a inevitabilidade da descentralização no comando das empresas.
Entre outros incontáveis conceitos que, de tão avançados, só puderam ser colocados em prática bem recentemente – no final dos anos 90.
Influência
Consta que até mesmo o Marketing Digital (sim, ele mesmo!) bebeu das teorias de Peter Drucker.
E os seus conceitos são facilmente observados nas obras de Philip Kotler, Beil Patel, Seth Godin, entre diversos outros especialistas que descobriram no Marketing Estratégico que o importante, segundo o próprio Drucker, é utilizar ferramentas que se adequem ao momento.
Não sua opinião não se deve utilizar fórmulas que não sejam baseadas na forma como uma comunidade se movimenta no exato instante em que o seu negócio está em funcionamento.
Por isso, para a maioria dos seus admiradores, o mais importante na obra de Peter Drucker são os seus frutos; os resultados práticos das suas teorias; que ajudaram a criar motivações novas para a oxigenação do pensamento empreendedorista no mundo todo.
“Muito do que chamamos de gerenciamento consiste apenas em fazer com que seja difícil para as pessoas trabalharem”
Principais conceitos de Peter Drucker
A vida e a biografia de Peter Drucker refletem, entre outras coisas, uma preocupação em eliminar todo e qualquer vestígio de autoritarismo na administração de uma empresa.
Qualquer semelhança com as “novas” teorias de “gestão horizontal” não é mera coincidência, pois, na visão de Drucker, a gestão autoritária deve ser, definitivamente, parte de um passado distante – desde que, obviamente, um empreendedor queira garantir a sua sobrevivência num mundo como esse, de quebra de tabus e paradigmas.
O empreendedor moderno, de acordo com a sua visão, deverá também dar maior autonomia aos seus funcionários, delegar com maior generosidade; e até mesmo, em administrações mais radicais, deixar a tomada de decisões vitais para a sustentação da empresa nas mãos das suas equipes.
As pessoas deverão ser a prioridade! E com relação a pessoas, entenda-se clientes e funcionários, que deverão sentir-se como partes de um todo dentro da organização.
Dessa forma, as vendas ocorrem quase que de forma automática, já que agora você sabe exatamente qual é o seu cliente em potencial, possui uma equipe motivada e que sabe dispensar menos esforços para atingir essas vendas, oferece cada produto no momento certo, entre outras práticas cujo objetivo é tornar uma gestão bem mais fluida e racional.
O pensamentos de Peter Drucker
Costuma-se atribuir a Peter Drucker o conceito de uma organização com as características de uma grande família.
Uma verdadeira comunidade, onde os seus membros são vistos como seres humanos, que deverão vender (e muito!) pelo prazer que isso proporciona; além de produzir resultados quase que de forma automática e natural.
Obviamente que não demoraria para que esses seus conceitos cruzassem fronteiras quase intransponíveis.
A ponto de no Japão Drucker ser considerado quase como uma “entidade espiritual” no universo do empreendedorismo. Na Coreia do Sul, um novo “semideus” que deverá se cultuado em agradecimento por tudo o que trouxe para o segmento empresarial do país.
E na América Latina, especialmente a partir do final dos anos 90, juntamente com Jim Collins, Vijay Govindarajan, Tom Peters, entre outros “magos” do universo empresarial, quase um “revolucionário”.
Principais livros de Peter Drucker
No livro “Conceito de Corporação (1946) o professor reúne cerca de 1 ano e meio de estudos e pesquisas no ambiente interno da prestigiada General Motors, e o resultado é uma obra com 329 páginas.
Nela, Drucker trata, exclusivamente, da importância de fazer com que as pessoas (mais do que as máquinas e equipamentos) sejam o bem mais valioso dentro de uma corporação.
O livro exibe uma série de conceitos que, segundo consta, foram os responsáveis pela verdadeira guinada da indústria automobilística japonesa em meados dos anos 70.
Já no aclamado “Gestor Eficaz”, Drucker faz questão de afirmar que talento para o mundo dos negócios pode, sim, ser aprendido; desde que haja muito esforço, leitura, observação, incorporação das experiências vividas, entre outras ferramentas que, segundo ele, são capazes de fazer de qualquer indivíduo um gestor de sucesso.
Em “As Novas Realidades” (1989), Peter Drucker nos trouxe a sua visão (mais uma vez futurista) de como seriam as relações empresariais (ou pós-empresariais) nas próximas décadas.
Ele ressalta o papel dos líderes políticos nesse processo, o significado da ecologia transnacional, além do “desafio importante na sociedade, na economia e na política de explorar as mudanças que já aconteceram e utilizá-las como oportunidades”.
Enquanto isso, na “Sociedade Pós-Capitalista” (1933), Drucker mostra as consequências do desprestígio do capital, do trabalho e da terra, que darão lugar ao conhecimento como a principal riqueza a ser manipulada para a obtenção de resultados concretos em todos os segmentos da atividade humana.
Mas as teorias de Peter Drucker também tratam de analisar a questão da mobilidade social e a sua relação com a gestão de uma empresa.
Isso porque, para ele, no futuro, todo o gestor deverá ter em mente que a ampliação da educação formal produzirá novos e mais singulares consumidores; com as mais diversas origens, desejos e características.
Teremos consumidores com mais e com menos de 50 anos de idade, com os mais diversos tipos de gêneros, com princípios e estilos de vida dos mais variados tipos; e todos com o mesmo potencial de consumir – e que por isso deverão ser corretamente atendidos para o bem da sobrevivência de todo e qualquer empreendimento no séc. XXI.
“Se você quer algo novo, você precisa parar de fazer algo velho” .
Peter Drucker: gestão e legado
Sem dúvida, o principal legado de Peter Drucker foi ajudar a criar as bases para uma gestão empresarial moderna.
Uma gestão cujas práticas devem tratar de solucionar os novos problemas surgidos nesse segmento, atender adequadamente os novos consumidores, tornar o ambiente corporativo mais humano, oferecer o respeito que os clientes (principais estrelas de todo o processo) merecem, entre outras práticas.
A partir dos seus trabalhos, a gestão empresarial adquiriu o status de disciplina acadêmica; agora não mais única e exclusivamente interessada em fazer empresas prosperarem, e sim fazer com que as empresas assumam a condição de parte de uma engrenagem maior: a própria vida.
O “Pai da Gestão”
Os termos “Guru do Management” (que ele detestava), o “Pai da Gestão”, o “Filósofo do Empreendedorismo”, entre outras homenagens que Peter Drucker recebeu ao longo da vida, foram o reconhecimento do seu êxito em demonstrar a importância da gestão empresarial dentro de qualquer tipo de segmento.
Depois de Drucker, já não seria mais suficiente apenas ter uma empresa; era necessário também realizar práticas de gestão dentro dessa empresa.
E uma gestão que lançasse mão de ferramentas para a interpretação da realidade atual, de como se movem os indivíduos nesse exato momento, quais os seus anseios, como escolhem as suas instituições, entre outras observações capazes de fazer com que uma organização torne-se eterna.
A humanização no mundo dos negócios
Nas frases, livros e teorias de Peter Drucker está também, bastante explícita, uma das maiores preocupações ao longo da sua vida: humanizar esse universo do mundo dos negócios.
Isso significa fazer com que as pessoas sejam o bem mais valioso e com que os lucros e resultados sejam a consequência natural do prazer em executar uma missão.
Na sua visão, “O conhecimento e a informação são os recursos estratégicos para o desenvolvimento de qualquer país. E os portadores desses recursos são as pessoas. E não é a empresa que define o mercado. É o cliente”.
Isso significa dizer, entre outras coisas, que, mais importante do que obter lucros, é fazer com que esse lucro seja uma consequência; uma consequência natural da fidelização de clientes; da conscientização por parte dos funcionários de que são, verdadeiramente, parte de uma engrenagem.
O lucro não deverá ser, de forma alguma, o fim de uma empresa, já que ele pode ser apenas e tão somente a consequência de um momento propício, de uma conjuntura favorável, da exploração de mão de obra, da atuação em um nicho livre de concorrência, etc.
Enquanto a fidelização de clientes é a garantia da sobrevivência de uma empresa por gerações! É a garantia de que ela contribui para o funcionamento da engrenagem de uma sociedade.
E, além disso, a garantia de que a humanidade jamais irá se perder em meio à necessidade de sobrevivência a qualquer preço.
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