Quem Foi Andrew Carnegie?

 

Nascido na Escócia do século XIX, Andrew Carnegie foi de imigrante a um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, dominando a indústria do aço e posteriormente se tornando um dos pais da filantropia moderna. Em 2019, o centenário de sua morte nos convida a relembrar sua trajetória e seu legado, o qual perdura até hoje. Em vida, sua história esteve muito relacionada ao desenvolvimento econômico e social dos Estados Unidos na segunda metade do século XIX e início do século XX, e vice-versa.

Filho de um tecelão manual, Andrew Carnegie nasceu em 22 de novembro de 1835 na cidade de Dunfermline, no leste da Escócia. Seu pai e seu avô materno eram ambos envolvidos com a causa trabalhadora, o que lhe transmitiu grande interesse pela leitura e pelos estudos apesar da sua condição social. Contudo, ainda durante sua infância, o Reino Unido foi acometido por uma recessão econômica generalizada, o que prejudicou os rendimentos de seu pai e fez com que sua família emigrasse para os Estados Unidos da América.

 

 

Primeiros anos nos Estados Unidos

Sua família chegou em solo americano quando Carnegie tinha apenas 12 anos, estabelecendo-se em uma colônia de escoceses na Pensilvânia, no local onde hoje se localiza a cidade de Pittsburgh. A necessidade fez com que o jovem Andrew Carnegie começasse a trabalhar em uma fábrica de algodão por um salário baixíssimo. Apesar disso, ele rapidamente se entusiasmou com o estilo de vida americano, passando a estudar por conta própria e também por meio de uma escola noturna em seu tempo livre. Ele manteve esse entusiasmo pelos estudos quando, aos 14 anos, conseguiu o posto de mensageiro em um escritório de telégrafo, que lhe deu a oportunidade de iniciar uma carreira profissional.

Tal entusiasmo e comprometimento com os estudos e com sua carreira, combinados com seu caráter virtuoso, foram o que possibilitou a ele uma ascensão vertiginosa na pirâmide social de Pittsburgh. De mensageiro, Andrew Carnegie se tornou operador de telégrafo em 1851, época em que conheceu Thomas Scott, superintendente da Companhia Ferroviária da Pensilvânia.

Scott contratou Carnegie como seu secretário e telegrafista pessoal dois anos depois, em 1853, apenas cinco anos após Carnegie emigrar para os Estados Unidos. Nessa posição, Carnegie aprendeu muito sobre a indústria ferroviária e sobre negócios em geral, tornando-se ele mesmo superintendente em um período de três anos, aos 21.

 

 

O magnata do aço 

A partir dessa posição, Carnegie pôde dedicar parte de sua renda em investimentos, tendo recebido retornos expressivos especialmente dos seus investimentos sobre petróleo. Isso possibilitou que ele deixasse sua ocupação com as ferroviárias em 1865 para focar em outros ramos de negócios.

Na década seguinte, sua dedicação se voltou em grande parte à indústria do aço. A página de Carnegie no site Biography nos conta que a Companhia do Aço Carnegie revolucionou a produção de aço nos Estados Unidos, na medida em que Andrew Carnegie construía fábricas ao redor do país e dominava com maestria a aplicação de tecnologia e métodos para tornar a manufatura do aço mais fácil, rápida e produtiva.

Segundo o mesmo site, o trunfo de Carnegie era ter acumulado em sua própria posse tudo que era necessário do começo ao fim de sua cadeia de produção, do ferro e carvão para abastecer as fábricas de aço até os navios e ferrovias para transportar tanto matérias-primas quanto os produtos manufaturados. Tal estratégia o transformou em um grande magnata e em uma das forças dominantes da indústria do aço. Em 1889, a Companhia de Aço Carnegie era a maior de seu tipo no mundo, tendo ultrapassado as empresas britânicas de produção de aço.

 

 

O legado filantrópico de Andrew Carnegie

Foi nesse mesmo ano de 1889 que Carnegie publicou seu artigo mais famoso, “Wealth” (Riqueza), no qual consolidou sua posição de que as pessoas que acumulam grandes riquezas têm o dever de direcionar o seu excedente para a melhoria da humanidade, em causas filantrópicas. Na época, Carnegie já escrevia bastante sobre questões políticas e sociais e se dedicava à filantropia.

 

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Conforme a Encyclopaedia Britannica, em 1900, os lucros da agora Corporação de Aço Carnegie eram de 40 milhões de dólares, dos quais 25 milhões eram a cota do próprio Andrew Carnegie. No ano seguinte, o magnata vendeu a empresa por 480 milhões de dólares, aposentou-se e passou a se dedicar exclusivamente às suas atividades filantrópicas.

A distribuição de suas riquezas somou um total aproximado de incríveis 350 milhões de dólares divididos entre instituições do Império Britânico e, em sua maior parte, dos Estados Unidos.

Andrew Carnegie faleceu aos 83 anos, em 11 de agosto de 1919, na propriedade rural que possuía em Massachusetts. Mesmo após o centenário de sua morte, o legado de Carnegie se mantém nas instituições de caridade criadas ou beneficiadas por ele em vida, as quais, além de levar seu nome, estão até hoje voltadas à promoção da educação, dos avanços científicos e da paz entre os povos.

As principais dessas instituições foram o Fundo Carnegie para as Universidades da Escócia (1901), a Instituição Carnegie de Washington (1902), o Fundo Carnegie para Dunfermline (1903), a Fundação Carnegie para a Paz Internacional (1910) e a Corporação Carnegie de Nova York (1911), o Instituto de Tecnologia Carnegie (1912) e o Fundo Carnegie para o Reino Unido (1913), além de uma série de museus e bibliotecas ao redor dos Estados Unidos e do Reino Unido.

 

 

Segundo a Corporação Carnegie de Nova York, a fortuna que Andrew Carnegie dedicou de volta à sociedade apoiou diversas conquistas, tais como a descoberta da insulina, o desmantelamento de armas nucleares e a criação de subsídios para que estudantes desfavorecidos cursem o ensino superior privado nos Estados Unidos. Os museus e as bibliotecas, por sua vez, permitiram a difusão de conhecimento a milhões de pessoas.

A mesma Corporação informa que a filantropia de Carnegie foi responsável pela fundação de 2.509 bibliotecas, 1.679 só nos Estados Unidos. Esse apreço pelas bibliotecas seria resultado de sua crença de que, assim como ele, qualquer um com acesso a livros poderia educar a si mesmo e se tornar bem-sucedido, e que elas possibilitam a outros recém-chegados aos Estados Unidos adquirir conhecimento cultural sobre o país.

 

Frases de Andrew Carnegie

Por fim, separamos algumas frases famosas do empreendedor Andrew Carnegie:

“O milionário devia envergonhar-se de morrer rico.”

“Dois importantes factos, nesta vida, saltam aos olhos; primeiro, que cada um de nós sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segundo, que cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrei homem algum bem-sucedido na vida que não houvesse antes sofrido derrotas temporárias. Sempre que um homem supera os reveses, torna-se mental e espiritualmente mais forte… É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade.”

“À medida que envelheço, presto menos atenção ao que as pessoas dizem; simplesmente observo o que fazem.’

“É necessário nobreza e autocontrole para compreender e perdoar.”

“Há muitas pessoas vivendo numa prisão imaginária, são os prisioneiros de suas próprias mentes, ali jogados pelas limitações impostas a sí mesmas, aceitando a pobreza e a derrota”

“Aqui jaz um homem que soube ter junto a si homens que eram mais inteligentes que ele”

“Não se satisfaça apenas em cumprir sua obrigação. Faça mais que sua obrigação. É o cavalo que termina com uma cabeça à frente que vence a corrida.“

“Nenhum homem será grande se desejar fazer tudo sozinho, ou receber todos os créditos por fazê-lo.”

“Faça o seu dever e um pouco mais. O futuro cuidará do resto.”

 

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