Quem foi Henry Ford e qual o seu legado?

Henry Ford: Biografia

Quando o assunto é meios de transportes talvez existam três nomes considerados fundamentais para a sua evolução ao longo do tempo: James Watt, e o seu aperfeiçoamento do motor a vapor; Santos Dumont, e o esboço mais “completo” do que viria a ser um avião; e Henry Ford, o “pai” do automóvel moderno.

E o dia 30 de julho de 1863 marca o nascimento desse engenheiro mecânico (e futuramente empreendedor) no Condado de Wayne, no estado de Michigan, Estados Unidos; e que mais tarde se tornaria o grande aperfeiçoador do método de produção em série para todo e qualquer tipo de atividade industrial.

Saber quem foi Henry Ford no universo do empreendedorismo (e não só do automobilismo) é matéria obrigatória para quem quer que pretenda ter sucesso e deixar algum legado, pois ninguém tem dúvida de que o lançamento do seu “Ford T” em 01 de outubro de 1908 foi o “divisor de águas” dos meios de transportes na história da humanidade.

Com um investimento inicial de cerca de US$ 28 mil dólares, e mais US$ 122 mil de outros 11 sócios, Ford iniciou uma saga que resultou no registro pessoal de mais de 160 patentes, a posição da Ford como uma das 6 mais valiosas marcas automotivas do mundo, uma das 50 marcas mais valiosas em todos os segmentos e um patrimônio avaliado em mais de US$ 14 bilhões de dólares.

Um verdadeiro fenômeno!

Tanto assim, que os livros, pensamentos e frases de Henry Ford transformaram-se em verdadeiros patrimônios do empreendedorismo! O termos “fordismo” virou símbolo de eficiência, alta produtividade e baixo custo. Sem falar em uma série de vanguardas que simplesmente eternizaram o seu nome como uma das maiores personalidades do séc. XX.

Foto de Henry Ford
Foto de Henry Ford

 

Quem foi Henry Ford e como tudo começou

Hoje Henry Ford é conhecido por ter criado (ou, na verdade, aperfeiçoado) a técnica de “linha de montagem”. Com ela, os seus carro passaram a ser produzidos em não mais do que 1h e 40 minutos.

Algo impensável no início do séc. XX; e em muito beneficiado pelos belos salários que ele pagava aos seus funcionários (incomparáveis à época); o que contribuía para uma produção em grande quantidade e a um custo baixíssimo, como uma das maiores revoluções da história da indústria.

Mas a coisa não ficou só nisso. O sistema de concessionárias, ao que tudo indica, foi praticamente uma criação fordiana. E ele consistia na instalação de pontos de vendas em praticamente todas as cidades norte-americanas, e posteriormente no Canadá e em mais cinco continentes.

Isso significa dizer que, se alguém por um acaso decidisse comprar um carro, era um Ford o que ele certamente iria adquirir; um fenômeno que aos poucos foi construindo um verdadeiro império e futuramente a maior referência no segmento automobilístico do planeta.

 

Henry Ford: origens

Mas essa história começa antes, bem antes do surgimento do primeiro esboço de um dos seus modelos.

Começa numa pequena localidade na região de Detroit, onde William Ford (seu pai), um descendente de irlandeses e dono de uma propriedade rural, se via às voltas com imensas dificuldades com o transporte dos seus produtos e com a manutenção dos equipamentos.

Dificuldades que logo fizeram com que Ford se fizesse as seguintes perguntas: Por que não amenizar os transtornos do dia a dia da fazenda do seu pai por meio do aperfeiçoamento das máquinas e equipamentos utilizados para produção? Por que não testar novas tecnologia em motores que pudessem diminuir os custos e aumentar a produtividade do negócio?

Ao que consta, todas essas preocupações já povoavam a mente do jovem Henry Ford lá pelos idos de 1876, a ponto de fazê-lo, com apenas 13 anos, dedicar-se ao estudo com profundidade da famosa máquina a vapor – a grande “vedete” da atividade produtiva naquela época – ; e a partir dela simplesmente revolucionar a fabricação de motores automotivos.

 

Uma personalidade bastante original

Com a morte da sua mãe em 1876 (Mary Litogot Ford, a grande parceira do seu pai nos negócios e na vida), o jovem Henry Ford viu-se instado a participar com mais interesse dos negócios da família; mas os cuidados com a fazenda estavam longe de figurar entre os seus principais objetivos na vida.

Por isso, com cerca de 16 anos, ela já havia conquistado uma vaga como aprendiz na James F. Flower & Bros, de onde sairia como um verdadeiro operador de máquinas.

Agora ele poderia utilizar as suas impressionantes habilidades em montar e desmontar relógios (e todo o tipo de maquinário) como uma base bastante útil para os novos desafios que o solicitariam no futuro.

Curso concluído, ele não pensou duas vezes na hora de voltar para a fazenda dos pais, a fim de atuar na operação das máquinas a vapor utilizadas no negócio da família – as máquinas da quase lendária Westinghouse.

Mais tarde, acabou sendo contratado pela própria empresa, tornando-se, dessa forma, oficialmente, um operador e técnico em consertos e montagens desse tipo de equipamento.

E não demoraria para que, munido de toda a experiência necessária obtida após um período como mecânico na Eagle Motor Works, Henry Ford, com apenas 22 anos, construísse o seu primeiro motor de explosão movido à gasolina.

Era o começo da sua trajetória! Era o começo da história de quem não pararia mais de enveredar-se por esse caminho da exploração das possibilidades dos motores, até que, no ano de 1865, se casasse com Clara Jane Bryant, tivesse um único filho, Edsel Bryan Ford, nascido em 1893, e começasse a sua própria história familiar.

Henry Ford e Thomas Edison
Os relacionamentos privilegiados de Henry Ford

 

A ascensão profissional

Á época do nascimento do seu primeiro filho o casal já não vivia mais com os recursos oriundos da fazenda familiar dos Ford.

Agora ele gabava-se de ser engenheiro maquinista da Edison Illuminating Company, na cidade de Detroit; e logo após engenheiro chefe; adquirindo, assim, todos os recursos, dinheiro, tempo e conhecimento necessários para dedicar-se ao seu grande sonho: produzir um revolucionário motor automotivo à gasolina.

E era esse motor à gasolina que ocupava a sua mente 24 horas por dia. Uma preocupação que resultou, em 1896, na criação do seu original “Quadriciclo” – uma verdadeira geringonça (para os padrões de hoje, é claro).

Um veículo automotivo à gasolina que serviria de modelo para os projetos postos em prática à época da sua ascensão ao posto de engenheiro-chefe da Detroit Automobile Company; uma aventura que lhe traria, sem dúvida, grandes experiências.

Sobre essa passagem na companhia, consta que não mais do que 12 carros teriam sido vendidos. Ford ainda estava longe de descobrir os caminhos para a sua famosa produção em série; e o que se viu foi a falência da empresa sob o seu comando, muito por conta da péssima qualidade dos automóveis fabricados; e o pior: com altíssimos custos de fabricação.

Mais uma lição na trajetória do “Pai” do automobilismo moderno; mas que lhe rendeu inúmeros frutos. Como, por exemplo, a ideia de produzir carros esportivos, como o quase mítico modelo “999”; vencedor de vários torneios e responsável por um reforço financeiro que o ajudaria a, futuramente, montar a sua famosa Companhia de Motores Ford.

Ford 999
Foto do Automóvel Ford 999

 

Ford Motor Company

A Ford do Brasil é a 5º fabricante de carros que mais vende no país. Mas a sua história vem de muito longe; ela pode ser apontada no distante ano de 1903, quando a Ford Motor Company finalmente foi criada.

E ela estreou em grande estilo, com a exposição do seu primeiro modelo sobre o Lago Saint Clair totalmente congelado.

Foram pouco mais de 1600m, num total de 39 segundos, mas como um verdadeiro cartão de visitas da companhia, que não deixou de investir nos carros esportivos que faziam a fama da empresa pelos quatro cantos dos Estados Unidos.

Quando se procura saber quem foi Henry Ford, os admiradores do mito são quase unânimes ao afirmar que algumas das suas principais características eram a curiosidade e o gosto pela inovação.

Mas era também saber como obter maior produtividade com baixíssimos custos – a sua grande obsessão. E, para isso, ele afirmava não conhecer nada melhor do que ousar! E para ousar era preciso ter os melhores profissionais por perto.

Mas como fazer isso sendo ainda quase como uma novidade nesse competitivo universo automobilístico?

Simples. Bastava dobrar os salários que eram pagos para os profissionais desse segmento na época; e assim, atrair os melhores engenheiros, eliminar os custos com novas contratações, economizar com treinamentos, garantir maior produtividade, diminuir os custos totais, entre outras vantagens (que até parecem óbvias) de valorizar os seus profissionais.

Era o “Wage Motive” ou “Salário para motivação”. Uma das inúmeras estratégias que faziam a fama de inovador de Henry Ford atravessar fronteiras, a ponto de ser o primeiro empresário do ramo a possuir concessionárias em 5 continentes.

 

O “Ford T”

Eis aqui o “divisor de águas” dos meios de transportes até então conhecidos. O “Ford T”. Uma evolução! Criado em 1908 com uma estrutura jamais vista.

FORD T
Foto do Automóvel Ford T

 

A máquina possuía um conjunto de 4 cilindros que formavam um só bloco, câmbio e motor completamente cobertos, um par de molas utilizadas na suspensão; isso sem contar o volante, que agora deveria estar no lado esquerdo, como uma das inovações estéticas mais importantes da história do automobilismo.

Em uma das frases de Henry Ford que se tornaram célebres ele não deixa dúvidas sobre os princípios e valores que sempre o nortearam: “Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Talvez por isso tão poucos se dediquem a ele”.

E era justamente o que Ford fazia: pensava, pensava, pensava… e descobria soluções. Como, por exemplo, a brilhante ideia de fazer com que o seus funcionários executassem cada um apenas algumas funções especializadas. E o melhor: sem terem que deslocar-se até o local de montagem.

Era o motor, por exemplo, que deslizava numa esteira enquanto eles o manipulavam. Uma inovação que tornou-se uma referência nesse sistema de produção em série, que foi o responsável pela modernização do setor industrial em todo o mundo.

Mas as inovações de Ford não ficaram por aí. Obviamente que não!

E se fosse possível fazer com que os menos endinheirados também pudessem adquirir um exemplar do seu Ford T? Sem dúvida, as vendas triplicariam. Ele poderia investir ainda mais em tecnologia. E, com isso, tornar-se-ia único e exclusivo nesse segmento automobilístico.

E foi o que ele fez. Passou a produzir um carro em não mais do que 1h:40 minutos, com baixo custo e qualidade superior à dos seus concorrentes. E o resultado? De cerca de 250 mil carros vendidos em 1914, a Ford ultrapassou os 2 milhões em 2020.

O que resultou no chamado “ciclo de prosperidade norte-americano”. As indústrias Ford foram responsáveis por alterar o padrão de vida do país. Fundou o chamado “american way of life” (o “estilo de vida americano”), entre outras contribuições que ajudaram a tornar o país a maior potência econômica mundial.

 

Frases de Henry Ford

“Obstáculos são aquelas coisas assustadoras que você vê quando desvia seus olhos de sua meta”.

 

A Ford do Brasil

A tradição de Henry Ford e as suas frases e teorias ajudaram a criar um jeito “fordiano” de produzir carros. E no Brasil esse estilo começou a ser implantado em 1919, quando a montadora tornou-se a primeira a ser instalada no país – e com um resultado até bastante expressivo para o seu primeiro ano.

Foram quase 2.450 carros vendidos; o que configurou-se como o início de uma trajetória que comemorou em 2019 100 anos.

Hoje a empresa possui fábricas em São Bernardo do Campo, Tatuí, Taubaté (São Paulo) e Camaçari (Bahia). E, apesar dos enormes problemas que vem enfrentando, gaba-se de ainda fabricar cerca de 250 mil carros por ano; o que a coloca no distinto posto da 5ª fabricante que mais vende carros no Brasil.

Mas os tempos áureos da Ford do Brasil, ainda sob o comando de Henry Ford, parece que ficaram mesmo no passado.

Pois a montadora hoje se vê às voltas com uma série de crises, com direito a demissões em massa, protestos, reclamações, recalls, entre diversos outros transtornos que ameaçam a sua estabilidade no país.

Na verdade a empresa vem fazendo diversos comunicados sobre uma possível suspensão do seu funcionamento no Brasil, muito em função da queda brusca no número de vendas, resultado do famigerado “Custo Brasil”, completado por uma tributação excessiva que, segundo os representantes da empresa, inviabilizam a sua continuidade.

Foram cerca de 2,9 milhões de carros vendidos em 2018, numa queda ininterrupta a partir dos 3,8 milhões que chegou a vender em 2013.

O que faz com que a empresa já busque enquadrar-se no que se chama atualmente de “a modernidade do universo automobilístico”; com o início de investimentos em carros elétricos, autônomos, conectados, etc.

Além de tecnologias que tornem os seus produtos ainda mais sustentáveis – uma das principais exigências dos tempos modernos – ; para uma verdadeira revolução nas estruturas de todas as corporações que pretendem manter-se vivas a partir desse controverso séc. XXI.

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