Resumo do Livro: A Lógica do Cisne Negro – Nassim Taleb

A Lógica do Cisne Negro: O Impacto do Altamente Improvável

 

Sinopse: A Lógica do Cisne Negro, de Nassim Nicholas Taleb, fala sobre as consequências que eventos inesperados e aleatórios, como o incidente de 11 de setembro, têm na vida das pessoas. Esses fatos causam grande impacto na história da humanidade e as pessoas tentam explicá-los, sem sucesso. 

Esses eventos aleatórios se unem com nossas falhas cognitivas e criam desafios lógicos que não somos capazes de entender. Na obra, Taleb nos ajuda a entender quando nosso julgamento está comprometido e como usar nossa inteligência para nos livrarmos disso.

 

Resumo do livro – Versão Audiobook

 

Resumo Inicial

A Lógica do Cisne Negro, de Nassim Nicholas Taleb, fala sobre as consequências de eventos inesperados e aleatórios, como os incidentes de 11 de setembro, têm na vida das pessoas. Esses fatos causam grande impacto na história da humanidade e as pessoas tentam explica-los, sem sucesso. Esses eventos aleatórios se unem com nossas falhas cognitivas e criam desafios lógicos que não somos capazes de entender. Na obra, Taleb nos ajuda a entender quando nosso julgamento está comprometido e como usar nossa inteligência para nos livrarmos disso.

 

Sobre o autor

Nassim Nicholas Taleb é um autor, estatístico e analista de riscos líbero-americano. É presidente da empresa de investimentos Empirica e conselheiro do grupo Universa. Também é autor de Antifrágil e quatro outras obras.

 

Cisnes negros e as armadilhas da lógica

Antes da descoberta da Austrália, acreditava-se que todos os cisnes eram brancos, afinal, ninguém tinha visto um cisne de outra cor antes. Mas os cisnes negros existem. Quando o autor fala que algum evento é um cisne negro, ele se refere a um evento raro, que tem um impacto muito grande na sociedade e é explicável, porém muito difícil de ser previsto apenas analisando o passado. Essa é a lógica do cisne negro, ou seja, não era possível prever que ele existia antes de ter sido visto pela primeira vez. A história ilustra a limitação severa do aprendizado humano quando feito por meio de observações ou experiências, demonstrando a fragilidade do nosso conhecimento. Uma única observação pode invalidar uma afirmação feita pela existência de milhões de cisnes brancos. Tudo o que se precisa é de um único cisne negro.

 

O que o autor chama de Cisne Negro (com iniciais maiúsculas), é um evento que contem três atributos:

– Primeiro: o Cisne Negro é um outlier porque está fora do âmbito das expectativas comuns. Isso quer dizer que nada no passado pode apontar para sua possibilidade de existir.

– Segundo: o Cisne Negro exerce um impacto extremo.

– Terceiro: apesar de ser um outlier, a natureza humana faz com que tentemos explicar sua ocorrência após o evento, tornando-o explicável e previsível.

 

Um pequeno número de Cisnes Negros explica o mundo, do sucesso das ideias e de religiões às dinâmicas de eventos históricos e elementos de nossas vidas pessoais. Imagine quão pouco sua compreensão de mundo na véspera dos eventos de 1914 iria ajudar a descobrir o que viria a seguir. E a ascensão de Hitler e a guerra subsequente? E o fim repentino do bloco soviético? E o crescimento do fundamentalismo islâmico? E a disseminação da internet? E a quebra do mercado de ações de 1987 e sua recuperação ainda mais inesperada? Manias passageiras, modas, tendências, epidemias, gêneros de escolas artísticas, tudo isso segue a dinâmica do Cisne Negro. Quase tudo que tem importância à sua volta pode se enquadrar nessa definição. Segundo o autor, a ideia central de seu livro é abordar nossa cegueira em relação à aleatoriedade, particularmente os grandes desvios. Porque motivos, nós, cientistas ou não, tendemos a ver os centavos ao invés dos dólares? Porque continuamos a nos concentrar nas minúcias e não nos eventos significativamente grandes? E, por que motivo, ler jornais, na verdade, reduz o seu conhecimento de mundo?

Pense no ataque terrorista de 11 de setembro. O mundo inteiro entrou em choque após o ocorrido. Se o risco fosse razoavelmente concebível no dia 10 de setembro, ele não teria acontecido. Se tal possibilidade fosse considerada digna de atenção no dia anterior, o governo americano teria mandado sua melhor equipe militar para combater a ameaça. Em um jogo de estratégias como esse, pode ser estranho que o que se sabe possa ser verdadeiramente insignificante.

 

Nem tão previsível assim

A incapacidade de prever Cisnes Negros implica na incapacidade de se prever o curso da história, dada a participação de tais eventos na dinâmica dos acontecimentos. Mesmo assim, agimos como se fossemos capazes de prever eventos históricos, ou ainda pior, como se fossemos capazes de mudar o curso da história. Continuamos a produzir projeções de déficits da previdência social e de preços de petróleo para daqui trinta anos, sem perceber que não podemos prevê-los nem para o próximo verão. O que surpreende não é o tamanho dos nossos erros de previsão, mas sim nossa falta de consciência sobre eles. A incapacidade de fazer previsões em ambientes sujeitos ao Cisne Negro significa que, certos profissionais, apesar de acreditarem ser experts, na verdade não o são. Com base em seu próprio registro empírico, eles não sabem mais sobre a sua própria área do que a população em geral. A diferença é que eles são muito melhores em narrar ou impressionar com modelos matemáticos do que a maioria é.

 


Aprendendo a aprender

Os humanos tendem a ter foco específico e aprender sobre coisas específicas, e deixam o geral de lado. O que as pessoas aprenderam com o episódio do 11 de setembro? Certamente não aprenderam que alguns eventos, devido a suas dinâmicas, residem largamente fora do âmbito do previsível. As pessoas aprenderam regras precisas de como evitar prototerroristas islâmicos e edifícios muito altos. A história da Linha Maginot mostra como estamos condicionados a sermos muito específicos. Depois da grande guerra, os franceses construíram um muro ao longo da rota de invasão utilizada pelos alemães para prevenir nova invasão. Alguns anos depois, quase sem esforço algum, Hitler apenas contornou a linha. Os franceses foram grandes estudantes de história, só que aprenderam tudo com precisão excessiva.

Segundo o autor, nós “não aprendemos espontaneamente que não aprendemos”. O problema está com a estrutura das nossas mentes, ou seja, não aprendemos leis, mas fatos, e somente eles. Não parecemos bons em assimilar metaleis, ou seja, leis que falam sobre leis, mais especificamente, as regras. Nossos cérebros não parecem serem feitos para a introspecção e o pensamento. Considere que pensar demanda tempo e energia.

 

A biblioteca de Umberto Eco

O escritor Umberto Eco possui uma biblioteca particular com um acervo de cerca de 30 mil exemplares. Ele divide seus visitantes em duas categorias: aqueles que ficam chocados com a quantidade de livros e querem saber quantos ele já leu, que são a maioria, e aquela minoria que entende que uma biblioteca particular é uma enorme ferramenta de pesquisa. Livros lidos são muito menos valiosos que os não lidos, diz o autor.

Nós tendemos a tratar o conhecimento como uma propriedade pessoal que deve ser protegida e defendida. O tratamos como um ornamento que nos permite subir na hierarquia social. Assim, temos essa tendência a ofender a biblioteca de Umberto Eco focando no conhecido. Note que o Cisne Negro é fruto da incompreensão da probabilidade de surpresas, assim como os livros não lidos, porque levamos um pouco a sério demais as coisas que sabemos. Segundo o autor, a mente humana é atingida por três males quando entra em contato com a história, o que é chamado de terceto da opacidade. Eles são:

– A ilusão da compreensão, ou seja, todos acham que sabem o que está acontecendo em um mundo que é muito mais complicado e aleatório do que parece;

– A distorção retrospectiva, que é quando abordamos assuntos apenas após o fato, como se estivessem em um espelho retrovisor. A história parece mais clara e organizada nos livros do que foi na realidade;

– A supervalorização da informação factual e a deficiência de pessoas com conhecimento profundo e muito estudo, particularmente quando criam categorias.

 

A união do terceto nos leva a conclusão de que ninguém sabe o que está acontecendo. O autor exemplifica isso contando um pouco de sua história pessoal, de quando seu país natal, o Líbano, entrou em guerra quando ele era adolescente. Os adultos distorciam os fatos e diziam que aquele conflito iria acabar logo, porém a guerra durou quase 17 anos. É uma cegueira que atinge os exilados de meia-idade e acontece por todo o mundo. Os exilados parecem se transformar em prisioneiros da própria memória, por isso sentam-se junto a outros prisioneiros e falam sobre seu antigo país, comem comida tradicional e escutam músicas folclóricas. Taleb conta que era comum ouvir os mais velhos conversando e falando sobre situações alternativas que poderiam ter acontecido e evitado tais rupturas históricas, como “se o Xá não tivesse nomeado aquele incompetente para o cargo de primeiro-ministro, ainda estaríamos lá”. Era como se a ruptura histórica tivesse uma causa específica e a catástrofe pudesse ser evitada com a remoção daquela causa específica.

 

O Cisne Negro na prática

Para Taleb, as serendipidades, ou seja, as surpresas positivas têm um papel crucial nas descobertas científicas. No modelo tradicional de pesquisa, primeiramente é necessário buscar algo que se acredita para depois descobrir algo que você não sabia que existia. E é por isso que é tão importante estar aberto para a possibilidade de ter resultados não planejados nas nossas atividades cotidianas, porque podemos aproveitar de forma vantajosa os Cisnes Negros que aparecem. A Lei das Expectativas Iteradas, da estatística, diz que a expectativa de atingir um conhecimento por si só equivale ao conhecimento em si. Na prática, Taleb explica isso da seguinte maneira: se eu espero que algo aconteça em uma certa data no futuro, então eu já espero esse algo no presente. Se você sabe qual a descoberta que fará no futuro, então provavelmente você já a descobriu. Para entender o futuro a ponto de predizê-lo, é necessário incorporar alguns elementos dele em seu presente, ou seja, adicionar componentes de incerteza em seus experimentos.

O autor dá algumas dicas práticas para capturar mais o valor dos Cisnes Negros. O primeiro passo é focar nas consequências potenciais do inesperado ao invés de focar na probabilidade do improvável acontecer. As consequências de errar na previsão do tempo não são nem de longe tão devastadoras quanto errar nas previsões do mercado de ações. Sendo assim, o ideal é priorizar suas crenças de acordo com os danos que elas podem causar, e não com a chance delas acontecerem. Qual acontecimento teria o maior impacto na sua vida hoje? Essa é a pergunta que deveria tirar seu sono. Por exemplo, se você investe em ações, então é melhor considerar cenários extremos do que aqueles com risco moderado. Em vez de colocar seu dinheiro em um investimento de médio risco, você deveria colocar a maior parte do seu dinheiro em investimentos seguros. Apenas uma pequena parte de seu capital deve ir para investimentos especulativos, como o capital de risco. Fazendo isso você não precisa se preocupar com a gestão de risco e se coloca parcialmente a mercê de Cisnes Negros. Eventos com maiores impactos em sua vida serão inesperados por conta de nossos vieses cognitivos e da nossa incapacidade de prever esses eventos. Esse é o motivo de que aprender através de tentativa e erro ser tão importante, mas nossos cérebros tem dificuldade de aceitar isso.

 

Conselhos são baratos, muito baratos

Segundo o autor, não é de bom tom encher um texto com citações de vários outros autores. Taleb discorda de Bertrand Russel quando esse diz que “a demanda por certeza é natural do homem, mas não deixa de ser um vício intelectual”. Mesmo que pareça estranho, é difícil discordar que a demanda por certeza é um vício intelectual. O autor tampouco acredita que virtudes possam ser ensinadas facilmente e também não incentiva as pessoas para que se esforcem para não fazerem julgamentos. Ele explica que isso se deve ao motivo de que devemos lidar com humanos como humanos. Não podemos ensinar as pessoas a suspenderem julgamentos, porque julgamentos estão incrustados no modo como vemos qualquer objeto. Por exemplo, eu não vejo uma árvore, vejo uma árvore bonita ou uma árvore feia. Não é possível abster-se de pequenos valores que atribuímos as coisas sem um esforço enorme. Dessa mesma forma, não é possível manter uma situação em mente sem algum elemento de parcialidade. Alguma coisa em nossa natureza humana faz com que desejemos acreditar. “E daí?”, questiona o autor.

E daí que a partir disso o autor deixa duas lições. A primeira é: seja tolo nos lugares certos. Quando estiver lidando com coisas pequenas a dica é que você simplesmente seja humano. Aceite que ser humano envolve certa dose de arrogância na administração de seus afazeres e não tenha vergonha disso. Não tente suspender julgamentos sempre porque as opiniões são a essência da vida. Evite os grandes assuntos que podem prejudicar seu futuro e seja enganado nas questões pequenas, não nas grandes.

A segunda lição é: esteja preparado. Você pode se sentir desconfortável ao saber que não dá pra prever o futuro, mas se você deixar de lado a ideia de previsibilidade total, existem muitas coisas que podem ser feitas desde que se permaneça consciente de seus limites. Saber que não se pode fazer previsões não significa que não seja possível se beneficiar com a imprevisibilidade. Mas o fundamental é que você esteja sempre preparado. Previsões feitas com muita certeza possuem um efeito analgésico ou terapêutico. Os números podem surtir um efeito mágico e amortecedor. Esteja preparado para todas as eventualidades.

 

Resumo Final

A lógica do Cisne Negro diz que previsões não funcionam e que você não deveria gastar seu tempo ouvindo-as ou fazendo as suas próprias. Ao invés disso, você deve estar preparado para entender como os acontecimentos ocorrem e se desdobram. Imagine uma partícula de poeira ao lado de um planeta bilhões de vezes maior que a Terra. A partícula de poeira representa a probabilidade a favor do seu nascimento e o planeta gigantesco a probabilidade contra. O autor diz que você deve parar de se preocupar com as coisas pequenas e não ser o ingrato que ganhou um castelo de presente e preocupou-se com o mofo do banheiro. E lembre-se que você é um Cisne Negro.

 

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